Medida fez parte de programação do Dia Nacional de Combate ao Mosquito.
Só na Paraíba, 5 mil veículos estão nos pátios a céu aberto, segundo PRF.
Foi assinada na manhã desta sexta-feira (2) a regulamentação da Lei do Leilão, que deve facilitar o processo de destinação de veículos que ficam nos pátios dos órgãos de trânsito do Brasil, especialmente os que estão em locais a céu aberto. A Ata de Regulamentação foi assinada pelo ministro das Cidades Bruno Araújo, em João Pessoa, durante a programação do Dia Nacional de Combate ao Mosquito Aedes Aegyti, que acontece em todas as capitais. “Essa medida dá velocidade aos leilões dos veículos apreendidos, que são um foco importante do mosquito" avalia o ministro.
Segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Paraíba, Jefferson Costa, apenas dois mil veículos foram leiloados nos últimos dois anos no estado, sendo que há 5 mil que precisam sair dos pátios. Esse quadro, segundo ele, deve mudar a partir de fevereiro, quando as novas regras passam a vigorar e reduz a burocracia.
"Outra estruturante [da medida] é que conseguimos a remoção dos veículos dos pátios para uma local contratado coberto, uma medida que vai ajudar no combate a estes focos”, prevê.
Além da assinatura da regulamentação, o ministro também entregou as chaves de veículos que vão atuar no combate ao mosquito nas cidades de Cacimba de Areia, Lastro, Serra da Raiz e Zabelê.
O casal Maria das Neves da Silva Santos, de 73 anos, e Severino Avelino dos Santos, de 76, mora há mais de 50 anos na comunidade Brasília de Palha, no bairro do Expedicionários, em João Pessoa. Os dois tiveram chikungunya há cerca de seis meses e até hoje sofrem com os desdobramentos da doença. Maria das Neves, por exemplo, relata dificuldade para cuidar da casa porque ainda sente muitas dores nas articulações.
Os dois idosos lembram que o local mudou muito nestas cinco décadas, mas mesmo com a melhoria da infra-estrutura e os cuidados de Maria das Neves com a própria casa, eles foram alvos do mosquito. Além de visitar a casa dos idosos, o ministro também passou pela Unidade de Saúde da Família do mesmo bairro.
Durante a visita, o ministro destacou que obras como a do viaduto do Geisel, em João Pessoa, previsto para ser inaugurado dia 20 e que recebe recursos federais, só estão tendo pagamentos autorizados se os canteiros de obras estiverem respeitando as medidas de combate ao mosquito. "Aqui em João Pessoa, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) também está participando de campanhas para divulgar as medidas de combate", destacou.
"Hoje é um dia que todos nós temos que compartilhar a responsabilidade pelo combate ao mosquito. Temos ainda uma epidemia instalada no Brasil, providências tem sido tomadas, temos avançado, mas tanto a dengue, quanto a chikungunya quanto a própria zyka ainda precisa de uma grande atenção de todos nós, cada um fazendo sua parte", disse o ministro.
Bruno Araújo também destacou a contribuição da pesquisadora Adriana Melo, que comprovou a relação entre a microcefalia e a contaminação pelo vírus da zyka, avaliando que ela "é uma profissional que o Minsitério da Saúde tem que ouvir com muita atenção".
Sexta é dia de combate
Em todo o Brasil, o mutirão está sendo realizado em órgãos públicos e estatais, unidades de saúde, escolas, residências, canteiros de obras e outros locais, marcando a intensificação das ações de combate e, consequentemente, impedindo a proliferação do mosquito. A ideia é que, a partir do Dia de Mobilização, todas as sextas-feiras sejam dedicadas para verificação de possíveis focos, incentivando todos os segmentos da sociedade a fazer a sua parte. Essa campanha traz como foco “Sexta sem mosquito. Toda sexta é dia do mutirão nacional de combate”.
Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e a associação com os casos de malformações neurológicas, no segundo semestre de 2015, o governo federal tem tratado o tema como prioridade. Por isso, no final do ano passado, foi criada a Sala Nacional de Coordenação e Controle, além de 27 Salas Estaduais e 1.821 Salas Municipais, com o objetivo de gerenciar e monitorar as iniciativas de mobilização e combate ao vetor, bem como a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A Sala Nacional é coordenada pelo Ministério da Saúde e conta com a presença dos integrantes de nove pastas federais.